22 de março de 2009
"Paraíso" ainda não emplacou no Ibope
A novela "Paraíso" de Benedito Ruy Barbosa ainda não conseguiu aumentar os índices da faixa das 18 horas na Globo. Considerada antes da estreia como a "salvação da lavoura", os índices foram frustrantes na primeira semana de exibição. O primeiro capítulo conseguiu 25 pontos (mais do que o final da antecessora, que marcou 23 pontos na sexta-feira; porém, menos do que os números de estreia de "Negócio da China" que começou com 30 pontos) e durante a semana só fez diminuir. Os números prévios indicam que neste sábado a nova novela das seis marcou pífios 19 pontos em São Paulo (o maior e mais importante mercado publicitário do país, onde as emissoras tiram a maior parte de seu faturamento).
Antes de passar a conduzir o horário com seu "remake", o autor da novela foi deselegante e indelicado com seus colegas de profissão - Glória Pérez e Miguel Falabella - afirmando que, se uma novela não vai bem, a culpa é de quem faz e ainda criticou a opção de Glória em retratar a cultura indiana.
Este começo decepcionante no quesito audiência não deixa de ser um "banho" de humildade para Benedito Ruy Barbosa. Será que ele ainda diria que o fiasco de audiência é culpa somente de quem faz? Se for assim, ele próprio estaria incluído no rol de culpados pelo declínio de audiência que as novelas da Globo enfrentam há 02 anos.
As metas de audiência das novelas globais são de 30 pontos para a faixa das seis da tarde, 35 pontos para as 07 da noite e 40 pontos para as obras do horário nobre. A última que conseguiu atingir a meta no primeiro horário foi "O Profeta" exibida de outubro/2006 a maio/2007, que terminou ostentando a média final de 32 pontos; no horário das sete, o sucesso não é mais alcançado desde "Cobras & Lagartos" (abril a novembro de 2006) que conseguiu 38 pontos e no horário mais importante, o último sucesso foi "Páginas da Vida" que foi ao ar entre julho de 2006 e março de 2007, obtendo 47 pontos de média. Esta foi a última novela das oito cuja meta era de 45 pontos pois, devido às dificuldades que começaram a surgir com a sucessora ("Paraíso Tropical"), a Globo reduziu a meta para 40 pontos. Esta marca já está se mostrando difícil de ser alcançada e "Caminho das Índias" patina nos 35 pontos.
A eterna repetição de histórias e elencos fez com que muita gente deixasse de assistir as novelas da Globo e a Record soube se aproveitar disso. Há 05, 06 anos a emissora de Edir Macedo conseguia 03, 04 pontos de audiência no horário nobre. Hoje, consegue índices que variam dos 12 aos 18 pontos (com "Os Mutantes" e "Chamas da Vida") explicitando um claro movimento de migração do público. Resta aos executivos globais a tentativa de reação, apostando em outras histórias, dando espaço às polêmicas (o quase beijo gay de "América" fez com que o derradeiro capítulo desta trama de Glória Pérez atingisse 70 pontos no Ibope em SP) e investindo em novos talentos. Se a renovação não ocorrer, a tendência de queda será irreversível. O grande problema da Globo é que o fato de ser líder a "engessa" pois, um passo errado pode ser fatal e o medo de correr o risco não possibilita grandes voos.
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9 comentários:
As novelas da globo realmente não estão emplacando, pois o público já deve estar saturado do mesmo formato e sempre dos mesmos elencos.
Acredito, que não somente o crescimento da Rede Record tenha contribuído para esse declínio da Rede Globo, como também o acesso mais fácil às Tvs por assinatura.
A programação da TV por assinatura é muito boa, encontramos muitas opções.
Faz muito tempo que não assisto novelas, acho que a última que assisti foi Páginas da Vida.
A Rede Globo deveria investir em remakes de novelas mais antigas, como Brilhante, de Gilberto Braga, dir: Daniel Filho e Marcos Paulo (1981/82), Dancin’ Days, de Gilberto Braga, dir: Daniel Filho e Gonzaga Blota (1978/79), Cavalo de Aço, de Walter Negrão, dir: Walter Avancini (1973), Véu de Noiva, de Janete Clair, dir: Daniel Filho (1969/70).
Acho que até mesmo um remake de "A Viagem" ficaria ótimo, e seria bem aceito pelo público.
Logicamente que estes remakes sofreriam algumas "atualizações", para se moldarem aos tempos atuais.
Outro tipo de novela que me atrai muito são as novelas de época, não me esqueço jamais de Escrava Isaura (Lucélia Santos), A Sucessora (Suzana Vieira), Vale Tudo (Glória Pires).
Será que a Rede Globo está perdendo as "forças"???
Além da TV paga, o acesso cada vez maior à web nas residências está contribuindo para isto. Eu não tenho TV por assinatura (aqui na minha cidade a única opção seria a Sky, mas custa caro. O pré-pago, acho que não vale a pena porque a oferta de canais não é atraente), mas não troco o computador pela TV de forma alguma.
Acho que a opção pelo remake é válida mas precisa-se encontrar novas opções. Chegará um momento em que nem os remakes vão levantar mais o ibope das tramas.
Uma novela que eu gostaria de ver é "Mandala". Tinha apenas 02 anos quando ela foi exibida - claro que não vi nada - e muitas pessoas que viram, falam que foi muito boa. Sei que tinha a música "O Amor e o Poder" da Rosana como tema da Jocasta (Vera Fischer). A Globo, pelo visto, nunca mais vai reprisar esta novela.
Não estou acompanhando CAMINHO DA ÍNDIAS, mas pelos comentários, esta novela parece não retratar com fidelidade a real situação das diversas castas da Índia.
É uma pena que, em cidades de alguns estados brasileiros, a TV paga não ofereça diversidades para escolha. A Sky, como única opção, acaba por deixar muita gente sem programas interessantes, pois realmente os pacotes são muito caros. Mas acredito que a concorrência se espalhe por todo o Brasil, dando oportunidades de adquirir mais cultura aos cidadãos!
"Caminho das Índias" é bem fraquinha...
A última trama das oito boa foi "Paraíso Tropical".
TV paga por aqui, só fica na vontade mesmo. Os pacotes mais atraentes na Sky são muito caros e a renda da cidade gira na faixa de um salário mínimo.
Não compensa mesmo pré-pago da sky, sendo que a maioria dos canais são abertos.
Pois é, Paulo. Canais abertos eu vejo na parabólica. Pagar R$50 por mês por canais abertos não compensa. No dia em que concorrência existir de fato, quem sabe?
Aqui a gente sofre até por causa da falta de concorrência no setor de Internet. Eu pago R$69,06 por mês por uma conexão de 300kbps da Velox, sendo que em BH, a velocidade mínima é de 1Mbps (mais que o triplo) e o preço é menor.
Há na cidade uma empresa que oferece conexão via rádio, mas além de mais lenta (o máximo oferecido é 256kbps) o preço é maior: R$79,90.
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